JUSTIÇA – “Defesa de Bolsonaro pede anulação de delação de Mauro Cid, alegando mentiras e descumprimento de cláusulas de sigilo em depoimentos na trama golpista.”

Nesta segunda-feira, a defesa do ex-presidente Jair Bolsonaro protocolou um pedido junto ao ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes, solicitando a anulação do acordo de delação premiada do tenente-coronel Mauro Cid, que foi auxiliar direto do ex-chefe de Estado. O motivo principal alegado pelos advogados é que Cid teria mentido durante seu interrogatório, realizado na semana anterior, e também descumprido as cláusulas de sigilo estabelecidas no acordo firmado com a Polícia Federal. Esse contexto envolve investigações relacionadas a um suposto esquema golpista.

Os advogados enfatizam que as declarações de Cid foram contrárias à verdade e que suas mentiras estão sendo utilizadas para mascarar outras inverdades, as quais comprometem a integridade de seus depoimentos. A gravidade das acusações levantadas após a oitiva demonstra a preocupação da defesa, que, segundo eles, pode impactar fortemente o andamento dos processos em questão.

Esse pedido ocorre em resposta a uma reportagem publicada pela revista Veja, que indicava que Cid havia mentido em seu depoimento. Durante a oitiva, o ex-ajudante foi questionado sobre dois perfis do Instagram identificados com o nome de sua esposa, Gabriela Cid. Cid negou saber se esses perfis pertenciam a ela e afirmou que não utilizava redes sociais para se comunicar com outros envolvidos nas investigações. A defesa de Bolsonaro levantou a possibilidade de que Cid possa ter utilizado esses perfis para vazar informações relacionadas a sua colaboração na delação.

De acordo com as cláusulas do acordo de delação, qualquer violação ao segredo das informações pode resultar em severas penalidades, incluindo a anulação dos benefícios concedidos, como o direito de responder ao processo em liberdade.

Por outro lado, a defesa de Mauro Cid refutou as alegações veiculadas pela Veja, classificando a reportagem como “mentirosa”. Os advogados solicitaram também a investigação sobre a titularidade dos perfis suspeitos, reafirmando que não existe qualquer relação com o delator, apesar da coincidência nos nomes. Assim, o desenrolar desse episódio coloca em evidência a complexidade e as controvérsias que envolvem o processo, refletindo a tensa atmosfera política e legal em que se insere o ex-presidente.

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