O relatório da PF indicava que o arquivo, salvo no dispositivo desde 2024, era um “rascunho” e que o pedido de asilo nunca se concretizou. A defesa argumentou que um documento que não é efetivamente um pedido formal não deveria ser considerado em uma análise da situação legal do ex-presidente. “[A acusação] se baseia em um mero rascunho, antigo e não materializado, enviado por terceiros”, afirmaram os advogados, acrescentando que não houve qualquer manifestação por parte de Bolsonaro que indicasse uma intenção de se ausentar do país.
Além disso, a defesa solicitou a revogação da prisão domiciliar imposta ao ex-presidente, afirmando que ele sempre respeitou as ordens do STF, incluindo restrições de viagem. Os advogados argumentaram que Bolsonaro compareceu a todas as audiências e não violou as medidas cautelares estabelecidas.
A situação se complica para Bolsonaro, que, juntamente com seu filho Eduardo, foi indiciado pela PF em um inquérito sobre sanções impostas pelos Estados Unidos ao Brasil. O caso agora será avaliado pela Procuradoria-Geral da República, que decidirá se os dois serão formalmente denunciados ao STF.
Os advogados também se pronunciaram sobre outras acusações, incluindo uma mensagem recebida de um general que estava proibido de contatá-lo. Eles sustentaram que Bolsonaro não respondeu a essa mensagem, caracterizando-a como um contato irrelevante para os autos.
Por fim, a defesa levantou preocupações sobre a maneira como dados bancários de Bolsonaro foram divulgados, acusando a PF de conduzir uma investigação que, segundo eles, configura “lawfare”, ou o uso do sistema legal como uma arma política. A defesa encerrou seu argumento destacando a gravidade das alegações feitas contra o ex-presidente e a possibilidade de impactos negativos em seu status como líder político no país.