O advogado Paulo Cunha Bueno, que representou Bolsonaro, defendeu que a imposição da tornozeleira eletrônica serve mais como “uma pena infamante”, comparando-a a métodos punitivos do passado que têm como propósito a desonra pública. Cunha Bueno enfatizou que a instalação da tornozeleira foi desnecessária, visto que Bolsonaro conta com segurança permanente, disponibilizada por agentes da Polícia Federal, 24 horas por dia. “Não existe precedente de um indivíduo sob monitoramento eletrônico que tenha uma escolta constante,” afirmou o advogado durante uma entrevista após sua visita à Superintendência da Polícia Federal no Distrito Federal.
Além de questionar a necessidade do uso do equipamento, a defesa destacou o estado de saúde de Bolsonaro, que, segundo eles, é frágil e requer cuidados médicos constantes, decorrentes de complicações relacionadas à facada que sofreu durante a campanha eleitoral em 2022. Paulo enfatizou que o ex-presidente sempre se mostrou disponível para colaborar com a Justiça, rebatendo qualquer insinuação de que ele tentaria se evadir do país.
A defesa também fez uma comparação com o ex-presidente Fernando Collor de Melo, que permanece em prisão domiciliar, gerando protesto sobre a discriminação no tratamento das duas figuras públicas, especialmente considerando a gravidade das condições de saúde que ambos apresentam.
A situação de Bolsonaro se complicou ainda mais após uma tentativa de romper a tornozeleira, utilizando um ferro de solda, o que levantou alertas sobre sua segurança e os riscos de uma possível fuga. Esta situação resultou em novo prazo solicitado pelo ministro Alexandre de Moraes para que a defesa se pronuncie sobre as circunstâncias da tentativa de violação.
Recém-condenado a mais de 27 anos de prisão por sua participação nas tentativas de golpe, Bolsonaro se vê em uma posição delicada; a defesa sustenta que os últimos recursos serão interpostos, mas a possibilidade de execução das penas é iminente, levando a uma nova fase de tensão em torno de sua situação legal e as implicações políticas que dela podem surgir.
