A defesa alegou a ilegalidade e a falta de motivação para a detenção de Ferreti, mas o desembargador Lessa contradisse esses argumentos ao destacar a gravidade do crime. O magistrado ressaltou que a violência extrema utilizada durante o ato é um fator significativo para a manutenção da prisão, bem como o risco à ordem pública, especialmente considerando que Ferratti possui processos criminais pendentes.
Na análise da situação, Lessa enfatizou que a concessão de liberdade provisória em casos como este deve ser vista como uma exceção, e não como uma regra. Ele reiterou que, apesar de possíveis condições subjetivas favoráveis do denunciado, estas não são suficientes para desconsiderar a necessidade de custódia cautelar, conforme entendimento jurídico estabelecido.
O contexto do caso é particularmente alarmante, uma vez que o influenciador, ex-policial militar, é acusado de ter cometido o crime em 16 de junho deste ano. A vítima conheceu Kel através de um grupo de apostas em um aplicativo de mensagens, e a situação rapidamente se intensificou. Após diversos contatos, o influenciador sugeriu que a mulher pudesse “dar coisas em troca” por dinheiro e se envolveu em conversas de conotação sexual.
No encontro que precedeu o crime, a vítima declarou que sofreu agressões físicas e verberações psicológicas, sentindo-se em estado de choque durante todo o ato. De acordo com o relato, ele não apenas forçou relações sexuais, mas também a agrediu fisicamente. Diante do cenário de violência, a mulher ficou paralisada pelo medo, o que a levou a não conseguir fazer pedidos claros de interrupção da situação.
Após o ato, a vítima fez o boletim de ocorrência e buscou assistência em uma unidade de saúde, relatando os traumas sofridos, não apenas físicos, mas emocionais, evidenciando a gravidade da situação. O caso levanta questões profundas sobre a segurança das mulheres e a responsabilidade dos influenciadores digitais, que, em circunstâncias assim, precisam ser responsabilizados por suas ações.
Esse caso representa um marco importante nas discussões sobre violência de gênero, abuso de poder e as repercussões sociais enfrentadas pelas vítimas. A justiça agora deve se assegurar de que a situação seja tratada com o devido rigor, à luz das evidências apresentadas.