Justiça de Alagoas aceita denúncia contra proprietários de clínica por tortura e abusos após morte de esteticista em centro de reabilitação

A Justiça de Alagoas tomou uma decisão significativa ao aceitar a denúncia do Ministério Público contra Maurício Anchieta de Souza e Jéssica da Conceição Vilela, proprietários de um centro de reabilitação em Marechal Deodoro. Este desdobramento ocorre após a trágica morte da esteticista Cláudia Pollyane Faria de Santa’Anna, de 41 anos, em agosto. Com a aceitação da denúncia, ambos se tornaram réus e deverão responder a uma série de acusações graves, que incluem tortura, estupro e exercício ilegal da medicina.

As investigações tiveram início após a família de Cláudia relatar a presença de hematomas e outros sinais de violência em seu corpo, discrepantes do relato apresentado pelos proprietários da clínica, que alegaram que a morte foi ocasionada por um surto de abstinência. A situação se agravou com a descoberta de um ambiente repleto de irregularidades no centro de reabilitação, o que levou à sua interdição. Além disso, novas denúncias emergiram, como o depoimento de uma adolescente de 16 anos, também paciente da clínica, que alegou ter sofrido abusos sexuais perpetrados por Maurício.

A prisão de Maurício ocorreu 13 dias após a morte de Cláudia, intensificando as medidas legais contra a dupla. Em um novo capítulo do processo, a decisão judicial determinou que os réus apresentem uma defesa escrita no prazo de dez dias. Além disso, foi solicitada a expedição de certidões de antecedentes criminais e a adequação da classe processual no sistema eletrônico, marcando o início formal da ação judicial.

Esse caso chocante lança luz sobre os riscos e abusos em centros de reabilitação, onde a vulnerabilidade dos pacientes pode ser explorada. A repercussão da denúncia e o acompanhamento da Justiça podem servir como um alerta para a sociedade, ressaltando a importância de um controle rigoroso e de regulamentações mais rígidas para esses estabelecimentos. A expectativa é que o processo judicial avance rapidamente, garantindo justiça para Cláudia e suas famílias, ao mesmo tempo em que promove o debate sobre práticas seguras e éticas no tratamento de dependências.

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