A sessão de ratificação da Corte ocorreu logo após a Polícia Federal (PF) dar início à segunda fase da Operação Fames-19. Esta operação visa apurar irregularidades no uso de verbas públicas, com foco nas ações do governo do Tocantins durante os anos de 2020 e 2021. Para isso, mais de 200 policiais federais estiveram mobilizados, totalizando 51 mandados de busca e apreensão em diversas localidades, incluindo a capital do estado e outras cidades.
De acordo com investigações anteriores, a PF alega ter encontrado indícios de que o governo estadual gastou mais de R$ 97 milhões em contratos com empresas suspeitas, que supostamente forneceram cestas básicas e outros itens básicos de forma fraudulenta. Os valores desviados podem ultrapassar R$ 73 milhões e foram ocultados por meio de investimentos em imóveis de luxo e na compra de gado, entre outros.
Durante a sessão, o ministro Mauro Campbell detalhou as razões para o afastamento de Barbosa e sua esposa, enfatizando que ambos estariam envolvidos em um esquema bem organizado de corrupção, que utilizava servidores públicos, deputados e empresários para desviar recursos. Campbell lembrou que as investigações revelaram que os recursos públicos eram utilizados para interesses pessoais, incluindo despesas e investimentos em propriedades.
Além de determinar o afastamento, o ministro impôs a proibição de acesso a prédios públicos estaduais a Barbosa e sua esposa, bem como suspendeu atividades econômicas de 18 empresas sob investigação. O magistrado também determinou restrições de comunicação para sete investigados.
Por sua vez, Wanderley Barbosa defendeu sua inocência, alegando que o programa de cestas básicas em questão foi implementado durante a administração de seu antecessor. Ele afirmou que sua gestão já havia iniciado auditorias sobre os contratos e que tomaria medidas legais para reverter a decisão do STJ, buscando validar suas ações e manter a estabilidade no governo. A situação levanta sérias questões sobre a integridade do manejo de recursos públicos em momentos críticos de crise.