O Ministério Público Federal, por meio da Procuradoria-Geral da República (PGR), acusa um grupo de indivíduos, incluindo Câmara, de arquitetar ações para tentar sustentar a permanência com base em métodos ilegítimos. Durante a audiência, o juiz auxiliar de Moraes questionou Câmara sobre mensagens trocadas com Mauro Cid, ex-ajudante de ordem do ex-presidente, que colaborou com a investigação. Apesar das implicações, Câmara reafirmou que não realizou tal monitoramento ilegal, argumentando que suas atividades se restringiam a responder a solicitações do colega militar.
Conforme a denúncia da PGR, Câmara teria enviado uma mensagem em dezembro de 2022 a Cid, referindo-se a Moraes como “professora”, uma expressão que, de acordo com ele, era uma tentativa de humor, e não um acesso sigiloso. Ele esclareceu que as informações que compartilhava, sobre os deslocamentos do ministro, tinham como principal intuito facilitar um diálogo entre o presidente e Moraes, visando a organização de agendas e evitando possíveis desavenças.
Além disso, Câmara negou qualquer envolvimento em um suposto plano denominado “Punhal Verde Amarelo”, que, segundo a PGR, seria uma estratégia para assassinar Moraes, assim como o atual presidente Luiz Inácio Lula da Silva e o vice-presidente Geraldo Alckmin.
O interrogatório de Câmara e dos demais réus marca uma etapa significativa do processo, que se aproxima de suas fases finais. O julgamento dos acusados do núcleo 2 deve ocorrer ainda neste ano, enquanto a primeira parte do caso, envolvendo Bolsonaro e outros sete réus, já está na fase de alegações finais, com expectativa de julgamento em setembro.