JUSTIÇA – Conselho de Ética da Câmara dos Deputados analisará relatório que pode cassar deputado acusado do assassinato de Marielle Franco.

Na próxima quarta-feira, dia 28 de julho, o Conselho de Ética da Câmara dos Deputados se reunirá para discutir o relatório que poderá resultar na cassação do mandato do deputado Chiquinho Brazão, do Rio de Janeiro, que atualmente está sem partido. A acusação que pesa sobre o parlamentar é de envolvimento no assassinato da vereadora Marielle Franco. O presidente do colegiado, deputado Leur Lomanto Júnior, confirmou a data da reunião.

A relatora do caso, deputada Jack Rocha, do PT do Espírito Santo, finalizou seu voto e protocolou o parecer na última segunda-feira, dia 19. Contudo, o documento ainda está sob sigilo e só será conhecido durante a reunião da próxima semana.

Jack Rocha foi escolhida como relatora após outros quatro parlamentares desistirem de relatar o caso, mesmo após terem sido sorteados em listas tríplices. Existe a possibilidade de um pedido de vista adiar a votação do parecer para uma outra data.

Em 18 de junho, a 1º Turma do Supremo Tribunal Federal tornou réus, por unanimidade, os cinco acusados pelo assassinato de Marielle e do motorista Anderson Gomes em 2018, incluindo o deputado Chiquinho Brazão. A Procuradoria-Geral da República acusa os irmãos Brazão de integrarem uma milícia no Rio de Janeiro e de planejarem o assassinato da vereadora devido a sua resistência a um projeto de regularização de terras ligado ao grupo criminoso.

Chiquinho Brazão, em sua defesa, negou qualquer envolvimento nos crimes. Em videoconferência realizada no Conselho de Ética em julho, o deputado se declarou inocente, afirmando que ele e seu irmão são vítimas de acusações infundadas.

O desfecho do processo no Conselho de Ética pode resultar na cassação do mandato de Chiquinho Brazão, que atualmente se encontra preso desde março por obstrução de Justiça. Em abril, a Câmara dos Deputados votou pela manutenção da prisão do parlamentar, com 277 votos a favor, 129 contra e 28 abstenções sendo necessários 257 votos para a decisão. O cenário político em torno do caso segue tenso e polarizado, com a sociedade aguardando por desdobramentos importantes na próxima semana.

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