Na última quinta-feira, a condenação foi proferida pela Primeira Turma do STF, que definiu as penas para Bolsonaro e seus associados. Embora a decisão tenha sido clara, o cumprimento das penas não será imediato, pois os réus têm o direito de recorrer. Os advogados poderão apresentar embargos de declaração, um recurso destinado a esclarecer eventuais omissões ou contradições na sentença. Este tipo de recurso, no entanto, geralmente não resulta em alterações significativas na decisão, sendo comum a sua rejeição.
O prazo para a publicação do acórdão do julgamento é de até 60 dias após o término do processo, e as defesas terão cinco dias para protocolar os embargos, que serão analisados pela mesma turma que proferiu a condenação. Se essas apelações forem negadas, a execução das penas deve ser determinada pelo STF, que, neste caso, já teve um placar favorável de 4 votos a 1, impedindo que os réus levassem o caso a um julgamento mais amplo no plenário da Corte.
Em termos das condições de cumprimento das penas, a legislação prevê que acusados com patente militar, como os quatro condenados que são ex-oficiais do Exército, têm direito a um regime de prisão especial, que pode incluir celas em locais diferenciados como a superintendência da Polícia Federal ou o Comando Militar do Planalto. A decisão sobre onde as penas serão cumpridas caberá ao ministro Alexandre de Moraes, relator do caso.
Ademais, existe a possibilidade de que Jair Bolsonaro cumpra sua pena em regime domiciliar, devido a problemas de saúde resultantes de uma tentativa de assassinato em 2018. Essa medida deverá ser analisada pelo relator antes de ser efetivada. Por sua vez, outros réus, como o ex-ajudante de ordens de Bolsonaro, Mauro Cid, não enfrentarão as mesmas consequências, já que firmou um acordo de delação premiada que o isentou de punições.
A situação permanece em evolução, e a repercussão dos desdobramentos da condenação deve continuar a ser um tema relevante no cenário político e jurídico do Brasil.