O tribunal, ao revisar o caso, declarou inválida a cláusula que previa a prisão preventiva de Uribe e ordenou sua libertação imediata. Essa decisão, no entanto, não significa o fim do processo; a corte agora se debruçará sobre o recurso da defesa, que questiona a legitimidade das acusações. A condenação anterior também incluiu sanções financeiras e a proibição de ocupar cargos públicos por um período superior a oito anos.
Álvaro Uribe é uma figura proeminente na política colombiana e fundador do partido conservador Centro Democrático. Seu governo é amplamente lembrado pelo combate eficaz ao narcotráfico e às guerrilhas das Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (FARC). Entretanto, seu legado é manchado por alegações de associações com grupos de extrema direita e violências notáveis cometidas durante o conflito armado colombiano.
O processo judicial contra Uribe começou em 2012, quando o senador Iván Cepeda alegou que o ex-presidente tinha vínculos com esquadrões paramilitares. Em resposta, Uribe acusou Cepeda de manipulação, mas a Suprema Corte rejeitou a denúncia e, ao contrário, abriu uma investigação contra Uribe por suposta obstrução da Justiça e tentativa de influenciar testemunhas.
Em 2020, buscando uma resposta legal mais direta às suas acusações, Uribe renunciou ao Senado, abrindo mão de sua imunidade. A atual procuradora-geral, Luz Camargo, fez afirmações contundentes em 2024, indicativas de que Uribe teria coordenado esforços para intimidar testemunhas e alterar seus depoimentos.
Esse caso continua a ser um ponto central de polarização na política colombiana, refletindo as divisões profundas que ainda persistem no país em relação ao passado violento e ao futuro da sua democracia. A saída temporária de Uribe da prisão domiciliar pode alterar o curso de sua defesa e, potencialmente, influenciar o panorama político colombiano diante de um governo que propõe uma nova abordagem às questões de justiça e paz.