Segundo o CNJ, um dos investigados na operação permaneceu preso de forma irregular por dez dias, mesmo após ter obtido alvará de soltura. O conselho informou que o erro ocorreu devido à falta de expedição dos documentos necessários no Banco Nacional de Medidas Penais e Prisões (BNMP), sistema eletrônico utilizado pelas autoridades judiciárias para a gestão de documentos relacionados às ordens de prisão e soltura em todo o país.
Vale destacar que em 2017, a juíza Janaina Cassol Machado também esteve envolvida em outra polêmica, quando foi responsável pelo mandado de prisão do então reitor da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), Luiz Carlos Cancellier, na Operação Ouvidos Moucos, também realizada pela Polícia Federal. Essa operação investigou possíveis irregularidades em contratos da universidade. Após ser afastado do cargo e proibido de entrar na instituição, Cancellier acabou tirando a própria vida poucos dias após a deflagração da operação. Em julho deste ano, o Tribunal de Contas da União (TCU) decidiu pelo arquivamento do processo, alegando a inexistência de indícios de irregularidades na gestão de Cancellier.
O CNJ já havia iniciado a investigação sobre a conduta da juíza em relação a esse caso anterior, mas o processo foi arquivado. Agora, com as supostas irregularidades ocorridas na Operação Match Point, o CNJ decidiu abrir um novo processo para apurar os fatos.
A Agência Brasil entrou em contato com a assessoria de imprensa da Justiça Federal em Santa Catarina, no entanto, até o momento, não obteve retorno para comentar sobre o assunto em questão. O caso continuará sendo acompanhado de perto para verificar os desdobramentos e as possíveis consequências para a juíza Janaina Cassol Machado.