A maioria dos conselheiros do CNJ também decidiu manter o afastamento dos desembargadores, que foi determinado pela corregedoria nacional de Justiça. Os magistrados defendem que não há fundamentos mínimos para tal afastamento. A decisão foi baseada em um relatório do corregedor nacional de Justiça, ministro Luis Felipe Salomão, que apoiou a abertura dos PADs e os afastamentos. No entanto, três conselheiros seguiram a posição contrária do presidente do CNJ, ministro Luís Roberto Barroso, que votou pelo arquivamento do caso.
O julgamento ocorreu de forma virtual, sem deliberação presencial, após ter sido discutido em uma sessão ordinária do CNJ, na qual Salomão e Barroso manifestaram opiniões divergentes. Com a abertura dos PADs, uma nova instrução processual terá início, proporcionando também uma nova oportunidade para as defesas dos magistrados se manifestarem.
Esses processos contra os magistrados tiveram origem em uma correição extraordinária conduzida por Salomão nas unidades judiciais responsáveis pelos casos da Lava Jato. Em seu relatório, o corregedor apontou indícios de diversas irregularidades na condução da operação, incluindo o “comportamento deliberado” no descumprimento de decisões do Supremo Tribunal Federal (STF) relacionadas à invalidação de provas ligadas à empresa Odebrecht.
Thompson Flores e Loraci Flores também foram acusados de descumprir uma decisão do STF que suspendeu os processos contra o ex-juiz da Lava Jato, Eduardo Appio. Além disso, Gabriela Hardt é acusada de autorizar o repasse de aproximadamente R$ 2 bilhões oriundos de acordos de delação para um fundo gerido pela força-tarefa da Lava Jato, quando atuava na 13ª Vara Federal em Curitiba.
Essa decisão do CNJ marca mais um capítulo na controversa história da Operação Lava Jato, que desencadeou uma série de investigações e polêmicas envolvendo autoridades e figuras públicas no Brasil. Agora, cabe aos envolvidos aguardar os desdobramentos desses processos administrativos disciplinares.