A declaração do CNDH veio na sequência de uma audiência no Congresso americano, na qual o secretário de Estado, Marco Rubio, mencionou que a administração do ex-presidente Donald Trump estava considerando a imposição de penalidades a Moraes. O secretário, respondendo a provocação de um senador, indicou que essa medida estava sendo estudada em relação ao suposto clima de perseguição judicial que teria como alvo os apoiadores do ex-presidente Jair Bolsonaro, especialmente no contexto dos eventos de 8 de janeiro de 2023, quando houve uma tentativa de golpe no Brasil.
O CNDH criticou firmemente essa avaliação, ressaltando que os atos do governo dos EUA constituem uma tentativa de subverter a ordem pública e a justiça no Brasil. Para a organização, essa proposta de sanções revela uma estratégia de pessoas vinculadas ao ex-presidente que buscam se proteger de investigações e punições, utilizando a influência externa para desestabilizar um processo democrático em andamento.
Esses eventos ocorrem em meio a um panorama em que o Brasil busca responsabilizar agentes públicos que atentaram contra a democracia. O CNDH enfatizou a importância de respeitar a independência do sistema judiciário brasileiro e conclamou as autoridades norte-americanas a abandonarem quaisquer planos de sanções, argumentando que tais ações ferem o Estado de Direito e as normas internacionais de respeito mútuo entre nações.
Paralelamente, o mesmo ministro, Alexandre de Moraes, anunciou a abertura de um inquérito para investigar a suposta articulação do deputado Eduardo Bolsonaro com autoridades estadunidenses para promover sanções contra o STF. Eduardo, que se mudou para os Estados Unidos e passou a afirmar que sofre perseguições políticas, é acusado de ter cooptado recursos e influência externa para pressionar o governo brasileiro.
As investigações em curso pela Procuradoria-Geral da República (PGR) revelam que a tentativa de golpe de Estado buscava não apenas anular as eleições presidenciais de 2022, mas também conceber planos violentos contra figuras chave da política brasileira. Denúncias incluem tentativas de recrutamento das Forças Armadas para um possível Estado de Sítio, que representaria uma ruptura da ordem democrática. Enquanto isso, os acusados negam qualquer envolvimento nas práticas ilícitas relatadas.
O debate acerca da soberania e da democracia no Brasil continua a ser um tema central nas discussões sobre os recentes conflitos entre diferentes esferas do poder e a influência de atores externos nas dinâmicas políticas internas.