O Enare, realizado em 20 de outubro em 60 cidades, ofereceu um total de 4.854 vagas de residência médica e 3.789 vagas de residência multiprofissional em diversas áreas da saúde. Aproximadamente 80 mil candidatos compareceram às provas, de um total de 89 mil inscritos.
O CFM argumenta que as cotas para grupos específicos podem gerar desigualdade e vantagens injustificadas na classe médica. A entidade ressalta a importância do mérito acadêmico na seleção para residência médica e critica a discriminação reversa que pode ser criada por tais políticas.
A Associação Médica Brasileira (AMB) também se posicionou contra as cotas, enfatizando a importância de uma seleção baseada no mérito e igualdade de oportunidades para todos os candidatos.
Por outro lado, a Ebserh defende a inclusão de políticas afirmativas nos processos seletivos, ressaltando que tais medidas estão respaldadas pela lei e pelo Supremo Tribunal Federal. A empresa argumenta que as cotas visam garantir a diversidade no acesso aos programas de residência e contribuir para um sistema de saúde mais inclusivo e equitativo.
O Conselho Deliberativo da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) endossou os critérios do Enare que contemplam ações afirmativas, destacando a importância de garantir o acesso igualitário à pós-graduação em saúde.
Os resultados do Enare serão divulgados em datas específicas, e os candidatos selecionados ocuparão as vagas de acordo com sua classificação. O processo se assemelha ao sistema adotado no Enem e no Sisu, permitindo que os participantes escolham suas especialidades e locais de trabalho com base na pontuação alcançada.
Em meio a essas discussões, o desfecho da ação movida pelo CFM contra a Ebserh permanece em andamento nos tribunais, refletindo as divergências e debates em torno das políticas de cotas no processo seletivo para residências médicas e multiprofissionais no Brasil.