Durante um evento realizado no Sesc Pinheiros, na capital paulista, Carmen Lúcia enfatizou a importância da autonomia do judiciário. “Não posso me manifestar sobre uma questão que diz respeito à minha casa. Se eu fizer um pedido direcionado ao presidente, amanhã ele poderá fazer solicitações a mim”, afirmou, apontando para a delicada relação entre os poderes e a necessidade de manter a independência do Judiciário.
Quando questionada sobre a possibilidade de uma mulher ocupar a vaga deixada por Barroso, a ministra reiterou sua defesa pela inclusão feminina, mas evitou entrar em detalhes sobre a situação específica. “Todos sabem a minha posição sobre a questão das mulheres no STF, mas não falarei especificamente sobre este caso. Juízes não fazem pedidos porque não podem receber, na minha compreensão”, destacou Carmen Lúcia, reafirmando seu compromisso com a imparcialidade do Judiciário.
A aposentadoria de Luís Roberto Barroso, anunciada no Diário Oficial da União, ocorrerá neste sábado, dia 18, e deixa uma vaga estratégica na corte. A responsabilidade de indicar o novo ministro agora recai sobre o presidente Lula, que ainda não estipulou um prazo para fazer essa escolha. A expectativa é grande, especialmente entre os grupos que clamam por mais diversidade e representação no Judiciário.
Essa situação levanta um debate importante sobre a necessidade de um equilíbrio de gêneros na Suprema Corte e como isso pode influenciar as decisões judiciais em um país com uma população tão diversificada. Com a saída de Barroso, a oportunidade de trazer mais mulheres para o STF gera discussões acaloradas entre juristas, políticos e a sociedade civil. A escolha do próximo ministro certamente será observada atentamente, dada a relevância que a composição da corte tem sobre questões cruciais para a democracia brasileira.