O Nordeste foi a região que mais registrou casos, representando 38% das mortes de pessoas trans, seguida pelo Sudeste, com 33% dos assassinatos. São Paulo foi o estado com o maior número de registros, contabilizando 17 mortes. Em seguida, aparecem Minas Gerais, com 10 casos, e Ceará, com 9 casos.
A secretária adjunta de Comunicação da Rede Trans Brasil, Isabella Santorinne, ressaltou que, apesar da leve queda no número de mortes em comparação com 2023, a violência e o preconceito ainda são uma realidade para muitas pessoas trans no país. Santorinne destacou a importância de políticas públicas voltadas para a proteção e inclusão da população trans, além da necessidade de investigar e punir crimes transfóbicos adequadamente.
O dossiê também revelou que a maioria das vítimas era de mulheres trans ou travestis (93,3%), sendo a faixa etária mais afetada entre 26 e 35 anos. A pesquisa apontou que a maioria dos crimes ainda estava em fase de investigação e que, em 34% dos casos, os suspeitos haviam sido presos. Além disso, a maioria dos homicídios foi cometida por arma de fogo ou por facadas, ocorrendo principalmente em vias públicas.
Isabella ressaltou a importância de dar visibilidade aos assassinatos e violências contra pessoas trans no Brasil, além de desenvolver políticas públicas eficazes para garantir a segurança e dignidade dessas pessoas. Ela enfatizou a urgência em promover a educação inclusiva, a empregabilidade, o acesso à saúde e a segurança para a população trans, destacando que a luta pela sobrevivência e dignidade continua sendo uma batalha diária para essas pessoas no país.