O incidente provocou uma notificação no sistema do Centro Integrado de Monitoração Eletrônica (CIME), que captou a violação à zero hora e sete minutos do sábado. A resposta à infração foi imediata, e a Polícia Federal prendeu Bolsonaro naquela manhã. Em meio a esta tensão, o ministro do STF, Alexandre de Moraes, decidiu retirar o sigilo do relatório e do vídeo onde o ex-presidente reconhece a tentativa de danificar o equipamento, dando um prazo de 24 horas para que sua defesa se manifestasse sobre o caso.
No entanto, a situação se agrava. O relatório indica que a tornozeleira apresentava sinais claros de avaria, com marcas de queimadura evidentes. Após a verificação do equipamento, uma nova tornozeleira foi instalada. Nesse ínterim, Flávio Bolsonaro, senador e filho do ex-presidente, organizou uma vigília de orações perto da residência onde Bolsonaro cumpria prisão domiciliar desde o início de agosto.
A prisão preventiva foi motivada não apenas pela violação da tornozeleira, mas também pelo potencial tumulto que o encontro promovido por Flávio poderia causar, segundo o ministro Moraes. Bolsonaro, que foi condenado a 27 anos e três meses por envolvimento em uma trama golpista, está enfrentando um prazo crítico: nesta semana, a Primeira Turma do STF rejeitou embargos de declaração que buscavam reverter as condenações e impedir a execução das penas em regime fechado. A Defesa tentou solicitar uma prisão domiciliar humanitária, que foi negada, alegando problemas de saúde permanentes do ex-presidente.
Atualmente, a situação jurídica de Bolsonaro é incerta. Se as defesas não tiverem sucesso em seus recursos até o final deste domingo, as penas poderão ser executadas, levando o ex-presidente a enfrentar o regime carcerário restrito. A dinâmica dos acontecimentos revela a crescente tensão política no Brasil, uma vez que Bolsonaro e seus associados se aproximam de um novo capítulo em sua tumultuada trajetória.
