JUSTIÇA – Bolsonaro solicita autorização para exames médicos enquanto cumpre prisão domiciliar; defesa deve apresentar alegações finais sobre ação penal até quarta-feira.

A defesa do ex-presidente Jair Bolsonaro protocolou, nesta terça-feira, um pedido junto ao ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), para que ele possa realizar exames médicos em um hospital particular de Brasília, onde está cumprindo prisão domiciliar. Essa solicitação se dá em meio à deterioração da saúde do ex-presidente, que se encontra sob regime de reclusão em sua residência desde o dia 4 de agosto, quando Moraes determinou a medida após descumprimentos por parte de Bolsonaro de certas restrições impostas anteriormente.

Conforme informações prestadas pelos advogados de defesa, Bolsonaro necessitará permanecer entre seis e oito horas no Hospital DF Star, agendado para o próximo sábado. Os exames solicitados incluem uma série de procedimentos, como testes de sangue e urina, além de endoscopia e tomografias, visando uma reavaliação de sintomas de refluxo e soluços persistentes, que foram exacerbados após mudanças em sua medicação.

Desde o atentado sofrido em 2018, quando o ex-presidente foi esfaqueado em um evento de campanha, ele tem enfrentado sérias complicações de saúde que o levaram a realizar cirurgias e outros tratamentos ao longo dos últimos anos. No último mês de abril, por exemplo, ele passou por uma nova operação devido a complicações relacionadas às lesões do ataque.

Na semana passada, o ministro Moraes também autorizou a visita de médicos particulares ao ex-presidente, que puderam atendê-lo em sua residência. Além disso, a defesa de Bolsonaro requereu que ele possa receber a visita de quatro de seus aliados políticos, incluindo o senador Rogério Marinho e o vice-prefeito de São Paulo.

A prisão de Bolsonaro é resultado de suspeitas de que ele tenta obstruir a investigação que o aponta como líder de uma suposta tentativa de golpe de Estado após sua derrota nas eleições. Os advogados têm até esta quarta-feira para apresentar suas alegações finais em relação a esse caso, que envolve quatro outras acusações por crimes como organização criminosa e tentativa de desmantelamento do Estado Democrático de Direito.

O desfecho do caso parece próximo, pois, uma vez entregues as alegações, o processo estará prestes a ser analisado pela Primeira Turma do STF, composta por cinco ministros, incluindo Moraes. Caso as denúncias sejam confirmadas, Bolsonaro poderá enfrentar penas que somadas extrapolam os 30 anos de prisão, o que intensifica as repercussões políticas e sociais em torno do ex-presidente.

Sair da versão mobile