A detenção do ex-presidente ocorreu no sábado (22), às 6h30, quando o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes, determinou a prisão preventiva de Bolsonaro. De acordo com a decisão, a medida foi justificada pela suspeita de tentativa de fuga e pela violação da tornozeleira eletrônica que o ex-presidente estava usando.
Após ser levado para a Superintendência da Polícia Federal, Bolsonaro passou por um exame de corpo de delito no Instituto Nacional de Criminalística. O laudo não registrou qualquer queixa do ex-presidente, que aparentemente se encontrava em estado normal e foi acompanhado por seu advogado durante o procedimento. Desde então, ele permanece em regime de prisão preventiva.
Em frente à Superintendência, cerca de 20 apoiadores de Bolsonaro se reuniram, enfrentando a chuva para pedir a libertação do ex-presidente. Os manifestantes exibiam bandeiras do Brasil e uma faixa que incentivava os motoristas a buzinarem em apoio à causa. A trilha sonora do protesto foi embalada pela canção “Que País é Este?”, da banda Legião Urbana, que ressoava pela área.
Entre os manifestantes, estava Marcos Moreno de Oliveira, aposentado e filho de um militar da reserva. Ele expressou convicção de que a prisão de Bolsonaro foi premeditada e mencionou que a fiscalização judicial na residência do ex-presidente tornava improvável qualquer tentativa de fuga. “Estou aqui pelo meu país, defendendo a minha nação, como patriota que sou”, afirmou.
Ao lado dele, Sandra Reis, também aposentada, considerou a prisão de Bolsonaro uma injustiça. Ela sugeriu que o ex-presidente poderia ter se sentido angustiado pela restrição imposta pela tornozeleira eletrônica. “Não estava querendo uma fuga, mas um pouco de liberdade”, confessou.
Entre os manifestantes, o vendedor ambulante Luiz Silva aproveitava a movimentação para comercializar bebidas. “Achei que seria um movimento bom para vendas, mas não está tão movimentado quanto eu esperava,” disse ele, optando por não se posicionar sobre a situação política atual.
A prisão de Bolsonaro é resultado de um pedido que buscava substituir sua prisão domiciliar por custódia na Superintendência. Ele foi detido após usar um ferro de soldar na tornozeleira eletrônica, causando danos ao equipamento, ato admitido pelo próprio ex-presidente em um vídeo enviado ao STF. Vale ressaltar que a prisão preventiva não é a execução de sua pena de 27 anos e três meses, mas uma medida cautelar em razão do risco de fuga. Atualmente, Bolsonaro se encontra em uma sala de 12 metros quadrados, equipada com cama, ar-condicionado, banheiro e televisão.
