A decisão do ministro Moraes, que motivou a detenção de Bolsonaro, foi baseada em indícios de uma potencial fuga, destacando uma tentativa de violação da tornozeleira eletrônica, bem como a convocação de uma vigília organizada por seu filho, o senador Flávio Bolsonaro. A segurança e a manutenção da ordem pública foram argumentos centrais na análise do caso.
Bolsonaro, agora sob custódia na Superintendência Regional da PF no Distrito Federal, terá à sua disposição serviços médicos contínuos, com restrições nas visitas que, em sua maioria, precisarão da autorização prévia do STF. Visitas de seus advogados e da equipe médica, no entanto, estão liberadas.
A situação se torna ainda mais complexa à luz de condenações recentes. O ex-presidente já foi sentenciado a cumprir 27 anos e três meses em regime fechado pelos crimes relacionados à tentativa de desestabilização da democracia brasileira. Recentemente, a Primeira Turma do STF indeferiu embargos de declaração apresentados por Bolsonaro e outros réus, o que poderá culminar na execução imediata das penas, caso não sejam apresentados novos recursos válidos.
Na última sexta-feira, a defesa de Bolsonaro solicitou uma reavaliação de sua prisão, pleiteando a possibilidade de manter-se em prisão domiciliar sob alegações de problemas de saúde que exigem atenção médica constante. Contudo, essa solicitação foi negada por Moraes. A insistência na tese de que a tornozeleira é uma forma de “humilhação” teve pouca repercussão positiva até o momento, e a defesa argumenta que a narrativa em torno de uma tentativa de fuga foi fabricada para justificar sua detenção.
Este novo capítulo na vida política de Bolsonaro, que já havia sido alvo de investigações por supostas ligações com atos antidemocráticos, promete agitar ainda mais o ambiente político e judicial no Brasil. Com o prazo para a apresentação de recursos expirando neste domingo, a expectativa agora recai sobre o desfecho dos processos legais e as repercussões que isso poderá ter na cena política nacional.
