As investigações, que incluíram a apreensão do celular do ex-presidente, revelaram uma troca de mensagens entre Bolsonaro e Luca. Em uma das conversas gravadas, o ex-mandatário fez um apelo: “Martin, peço que você me oriente também, me desculpa aqui tá, minha modéstia, como proceder. Eu fiz uma nota, acho que eu te mandei. Tá certo? Com quatro pequenos parágrafos, boa, elogiando o Trump, falando que a questão de liberdade tá muito acima da questão econômica”. Nesse áudio, Bolsonaro expressou sua gratidão a Trump, revelando uma disposição de alinhar sua mensagem com interesses externos.
A orientação de Luca foi no sentido de que Bolsonaro precisava melhorar sua comunicação acerca do incremento nas tarifas, o que levou a Polícia Federal a levantar questões sobre a independência e os interesses do Brasil. De acordo com as conclusões da investigação, as ações de Bolsonaro apontam uma submissão a interesses estrangeiros, comprometendo a soberania nacional e a integridade do Judiciário brasileiro.
A defesa do ex-presidente manifestou surpresa com o indiciamento e assegurou que prestará os devidos esclarecimentos ao ministro Alexandre de Moraes, responsável pelo inquérito. No entanto, em resposta às acusações, Martin Luca criticou a interpretação da Polícia Federal ao sugerir que qualquer político que busque orientação de um advogado esteja, de alguma forma, ameaçando a democracia brasileira. Esse episódio ressalta as complexas relações entre política interna e externa, especialmente em um cenário onde figuras proeminentes da política americana continuam a influenciar os debates no Brasil.
