Os principais investigados são os sócios e funcionários do laboratório PCS Lab Saleme, localizado em Nova Iguaçu, na Baixada Fluminense. Sete pessoas estão sendo investigadas, sendo que o laboratório é suspeito de emitir laudos de doadores de órgãos que afirmavam não possuir HIV, quando na verdade eram portadores do vírus. Essa negligência resultou na infecção de seis pessoas que receberam os órgãos.
A juíza Flavia Fernandes de Melo autorizou o acesso aos dados dos aparelhos eletrônicos apreendidos, como mensagens, e-mails, conversas em aplicativos de bate-papo, entre outros. Além disso, determinou busca e apreensão nos endereços dos sócios e funcionários do laboratório.
A Polícia Civil cumpriu 11 mandados de busca e apreensão e dois de prisão nesta segunda-feira (14), incluindo um dos sócios do laboratório. A investigação revelou a negligência na checagem da validade dos reagentes utilizados nos exames de detecção do HIV, o que pode ter levado a resultados falsos negativos.
Segundo o delegado responsável pela ação, André Neves, o objetivo do laboratório era reduzir custos e aumentar o lucro, o que pode ter levado à falha na detecção do vírus. Um dos sócios do laboratório alegou falha humana na transcrição dos resultados dos testes de HIV.
As infecções ocorreram após os testes apontarem ausência do vírus no órgão de dois doadores. O PCS foi contratado pela Fundação Saúde para realizar os exames de transplantes, mas teve o serviço suspenso e foi interditado cautelarmente após o caso ser descoberto. O Ministério da Saúde determinou uma auditoria no sistema de transplantes do Rio de Janeiro e investigações sobre possíveis irregularidades na contratação do laboratório.