O diálogo foi obtido durante um cumprimento de mandado de busca e apreensão realizado no mês passado, quando a PF investigou possíveis ilegalidades envolvendo o ex-presidente e seus aliados. Na gravação, Bolsonaro afirma com determinação que “se não começar votando a anistia, não tem negociação”. Essa declaração lança luz sobre o que pode ser interpretado como uma estratégia política para lidar com pressões externas.
Ainda na conversa, o ex-presidente se mostra reticente sobre se expor publicamente a respeito do aumento tarifário, conhecido como tarifaço, imposto pelos Estados Unidos. Ele expressa que adotar uma postura agressiva não resolveria a situação, afirmando que seus contatos pessoais e amizades não são suficientes sem a aprovação da anistia.
Esse novo desdobramento surge em um contexto em que Bolsonaro e seu filho, Eduardo, foram indiciados pela PF por crimes como coação no curso do processo e tentativa de abolição do Estado Democrático de Direito. As investigações também apontam que Eduardo Bolsonaro teria, em sua atuação, incentivado o governo dos Estados Unidos a adotar medidas punitivas contra o Brasil, incluindo sanções contra autoridades e o famoso tarifaço de 50%.
Recentemente, a PF solicitou a abertura de uma investigação após conclusões de que Eduardo poderia ter incitado ações contra o ministro do Supremo Tribunal Federal, Alexandre de Moraes, que vem liderando os processos relacionados à trama golpista e fake news.
Além disso, documentos revelam que Jair Bolsonaro teria feito transferências financeiras para a sua esposa, Michelle Bolsonaro, momentos antes de prestar depoimento em investigações que envolvem seu filho. Esse movimento é visto pela PF como uma tentativa de ocultar ações que poderiam ser vistas como obstrução de justiça.
Por fim, outra revelação intrigante foram rascunhos de um pedido de asilo ao presidente argentino Javier Milei, encontrados no celular de Bolsonaro, o que acrescenta mais camadas a esse complexo cenário político. A PF e as demais partes interessadas continuam a investigar as ramificações dessas ocorrências, enquanto o ex-presidente e sua defesa mantêm silêncio até o presente momento.