A tese do marco temporal defende que os indígenas só teriam direito às terras que estavam em sua posse até o dia 5 de outubro de 1988, data da promulgação da Constituição Federal, ou que estavam em disputa judicial naquela época. Os indígenas consideraram que seus direitos são inegociáveis e que não havia paridade no debate, levando à decisão de sair da mesa de negociações determinada pelo ministro Gilmar Mendes.
O ministro Gilmar Mendes convocou a audiência em resposta a ações protocoladas por partidos políticos como PL, PP e Republicanos, visando manter a validade do projeto de lei que reconheceu o marco temporal e de processos nos quais entidades representantes dos indígenas e partidos governistas questionam a constitucionalidade dessa tese. Além disso, Mendes rejeitou o pedido das entidades para suspender a deliberação do Congresso que validou o marco temporal, o que gerou descontentamento entre os indígenas.
Com a saída da Apib, a audiência ainda continuará, mesmo sem a presença dos representantes indígenas. O desdobramento desse episódio pode impactar nas decisões futuras do STF em relação ao marco temporal e na possibilidade do Congresso aprovar uma Proposta de Emenda Constitucional (PEC) para confirmar essa tese na Constituição. A situação promete ganhar mais contornos e polêmicas até o final das reuniões previstas para seguir até 18 de dezembro deste ano.