França apontou que a cada aumento de 1% na Selic, aproximadamente 166 mil famílias são excluídas das possibilidades de financiamento. Essa estatística revela como as decisões de política monetária do Banco Central podem afetar diretamente a vida de milhões de brasileiros, restringindo a capacidade de aquisição de imóveis e, consequentemente, impactando o setor imobiliário como um todo. “É imprescindível que busquemos um modelo que assegure tanto a estabilidade quanto juros acessíveis”, afirmou.
O presidente da Abrainc enfatizou a urgência de que o Banco Central considere um corte na Selic, ressaltando a necessidade de condições estruturais que permitam a manutenção de juros baixos e estáveis a longo prazo. Para que essa mudança ocorra, França defendeu a importância de um rigoroso equilíbrio nas contas públicas, sugerindo que isso passa por um esforço para racionalizar gastos, modernizar a estrutura do Estado e, principalmente, simplificar processos burocráticos. Nesse sentido, a aprovação de reformas administrativas é um passo crucial.
A situação da Selic atualmente é dotada de incertezas, especialmente em relação ao cenário econômico global e à moderação no crescimento do Brasil. Recentemente, o Comitê de Política Monetária (Copom) decidiu manter a taxa em 15% durante um “período prolongado”, o que gerou críticas por parte de diversas organizações, incluindo a Confederação Nacional da Indústria (CNI) e a Central Única dos Trabalhadores (CUT). Ambas as instituições alertaram que juros elevados inviabilizam o crescimento sustentável e dificultam o acesso ao crédito, essencial para fomentar a economia.
Nesse contexto, é fundamental que as autoridades revisem suas estratégias, considerando que o estímulo ao consumo e à produção deve ocorrer através de taxas de juros justas, visando um equilíbrio entre o controle da inflação e o bem-estar da população. O cenário está em constante evolução, e a pressão por mudanças significativas nas diretrizes de política monetária só tende a aumentar.