JUSTIÇA – Alexandre Ramagem nega acusações de monitoramento ilegal e pede absolvição em alegações finais ao STF antes do julgamento histórico.

O ex-diretor da Agência Brasileira de Inteligência (Abin), Alexandre Ramagem, apresentou suas defesas nesta quarta-feira, negando veementemente a acusação de que havia determinado o monitoramento ilegal de ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) e de adversários políticos do ex-presidente Jair Bolsonaro. As afirmações foram feitas durante a entrega de suas alegações finais ao STF, onde ele é um dos réus no contexto de uma ação penal relacionada a uma suposta trama golpista.

Em suas argumentações, Ramagem solicitou sua absolvição, sustentando que a Procuradoria-Geral da República (PGR) não conseguiu prover provas concretas que comprovassem seu conhecimento sobre as alegadas irregularidades. Sua defesa argumentou que a responsabilidade não pode ser atribuída de forma objetiva a ele apenas por ser o diretor-geral da Abin, ressaltando que seria necessário demonstrar alguma forma de culpa ou envolvimento direto.

“As responsabilidades são individuais e não podem ser estendidas apenas pela posição ocupada”, afirmaram os advogados, enfatizando que um eventual registro de conduta imprópria deveria ser respaldado por evidências claras e robustas. Essa argumentação foi dirigida ao ministro Alexandre de Moraes, relator do processo, e representa um importante passo antes do julgamento final dos réus, que pode resultar em condenações ou absolvições.

O prazo para a apresentação das alegações finais, que se encerrava à meia-noite do mesmo dia, também incluía outros seis aliados de Bolsonaro que devem apresentar suas defesas. Entre esses, destaca-se Mauro Cid, tenente-coronel e ex-ajudante de ordens de Jair Bolsonaro, que já havia protocolado suas alegações no mês anterior, dado seu status de delator.

Este cenário coloca em evidência um dos processos judiciais mais complexos envolvendo figuras proeminentes da política brasileira, com questões de responsabilidade e ética em jogo. Os desdobramentos deste julgamento poderão gerar repercussões significativas no cenário político do país e na percepção do público sobre a atuação das instituições. A tensão permanece alta à medida que o STF se prepara para deliberar sobre o caso.

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