Em sua argumentação, o advogado ressaltou que Bolsonaro foi o ex-presidente mais investigado da história do país, mas que a denúncia apresentada pela PGR não conseguiu comprovar qualquer envolvimento do ex-presidente com o plano golpista ou com os ataques ocorridos em 8 de janeiro de 2023, onde as sedes dos Três Poderes foram invadidas e depredadas por apoiadores de Bolsonaro.
Vilardi defendeu que Bolsonaro não tinha relação com o suposto plano denominado “Punhal Verde e Amarelo”, que teria como intuito tomar o poder e assassinar autoridades após as eleições de 2022. O advogado ainda destacou que Bolsonaro autorizou o processo de transição de governo e a mudança no comando das Forças Armadas logo após ter perdido a eleição, o que não condiz com uma suposta tentativa de golpe.
Durante a sessão, Vilardi questionou a gravidade dos incidentes ocorridos em janeiro de 2023, mas ressaltou que não é justificável atribuir a responsabilidade a Bolsonaro, que condenou publicamente os ataques em suas redes sociais. Para o advogado, a denúncia apresentada é uma “conjectura” que não conseguiu provar qualquer ação específica de Bolsonaro relacionada ao golpe.
Além disso, Vilardi levantou a questão do acesso às provas, afirmando que a defesa não teve acesso aos arquivos brutos das provas apresentadas pela PF. Ele argumentou que a defesa tem direito a analisar a íntegra do material e não apenas trechos selecionados pelos investigadores.
O julgamento, realizado pela Primeira Turma do Supremo, analisou se a denúncia contra o “núcleo crucial” do golpe, composto por oito dos 34 denunciados, seria recebida. Entre os acusados estão Jair Bolsonaro, ex-presidente da República, e outras figuras importantes do governo anterior. Caso a denúncia seja aceita, os acusados se tornarão réus no Supremo, onde será iniciada uma ação penal com a convocação de testemunhas de acusação e defesa.