O julgamento foi marcado por intensos debates na Corte, com a ministra Cármen Lúcia proferindo um dos votos mais contundentes. Ela destacou a gravidade dos atos de tentativa de golpe, ressaltando que “ditadura mata, ditadura vive da morte”. Além disso, a ministra enfatizou a importância de analisar os eventos do dia 8 de janeiro como parte de uma sequência de ações antidemocráticas que visavam desestabilizar a democracia.
A decisão da Primeira Turma teve maioria com o voto do ministro Luiz Fux, que se juntou aos colegas Alexandre de Moraes e Flávio Dino. Fux rebateu as alegações das defesas de que a denúncia seria inepta e ressaltou a necessidade de aprofundar as investigações. Os oito réus responderão formalmente por cinco crimes, incluindo organização criminosa armada, tentativa de golpe de Estado e deterioração do patrimônio tombado.
A denúncia do procurador-geral da República, Paulo Gonet, aponta que os acusados agiram de forma articulada entre 2021 e 2023 para minar a confiança nas eleições, difundir desinformação e criar um ambiente favorável à ruptura institucional. O plano teria como objetivo impedir a posse do presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva e se materializou nos atos violentos de 8 de janeiro. Com essa decisão histórica, a Justiça brasileira reforça seu compromisso com a defesa da democracia e da ordem institucional.