Junior cresceu em um ambiente predominantemente feminino, rodeado por sua mãe e irmã, o que contribuiu para que sua sensibilidade e jeito mais afetuoso fossem frequentemente questionados. Ele explicou que a sua formação artística o expôs a um mundo onde a dança, a música e a expressividade eram constantes, características que muitas vezes eram mal interpretadas. “Sempre fui um homem que viveu na arte, dançando, compondo. Esse ambiente extremamente feminino fez com que minha sensibilidade fosse exacerbada e, na minha adolescência, sentia que isso se voltava contra mim”, comentou Lima.
O cantor ressaltou que, na época em que cresceu, a masculinidade era definida de forma restrita e qualquer desvio do padrão era alvo de críticas e condenações. Seus traços de gentileza e atenção às mulheres ao seu redor, que hoje são vistos como características positivas, eram, nesse contexto, alvo de preconceito. O músico destacou como essas experiências moldaram a maneira como ele se vê e a sua relação com os outros.
Junior chamando atenção para uma questão importante: a forma como a sociedade trata a masculinidade e a sensibilidade. Ele reforçou que, apesar de ser heterossexual, a homofobia pode afetar qualquer um, independentemente de sua orientação sexual. O relato de Lima nos convida a refletir sobre a necessidade de desconstruir estereótipos e preconceitos que ainda persistem na sociedade, mostrando como a empatia e o respeito são fundamentais para criar um ambiente mais acolhedor para todos.