A decisão da juíza Kathleen Williams se baseou em uma ordem de restrição temporária, que havia sido emitida há duas semanas e interrompeu reformas que visavam a ampliação do centro. O Alligator Alcatraz, que voltou a operar em junho, funciona em um campo de aviação abandonado nos pântanos de Everglades. A instalação foi improvisada com a adição de beliches, celas e tendas, numa área que já é lar de uma densa população de jacarés e possui ecossistemas extremamente sensíveis.
A magistrada destacou que a construção apressada do centro impôs sérios danos a áreas úmidas críticas, além de comprometer o habitat de várias espécies protegidas. Em sua decisão, Williams declarou que a instalação representa uma ameaça significativa e irreparável ao ecossistema local, um julgamento que é visto como uma vitória importante para ativistas ambientais e comunidades indígenas, que já haviam movido ações legais contra tanto o estado da Flórida quanto o governo federal. Eve Samples, diretora executiva da organização Friends of the Everglades, declarou que essa é uma vitória histórica para os pântanos de Everglades e um reconhecimento de que a natureza deve ser preservada em vez de explorada.
Essa nova disposição afetará também as políticas de detenção e deportação implementadas durante a administração de Donald Trump, que defendia o uso do Alligator Alcatraz como um local seguro para reter indivíduos considerados perigosos. No entanto, muitos dos detentos atualmente sob custódia não possuem antecedentes criminais ou acusações. Desde a reabertura do centro, três cidadãos italianos foram transferidos para lá, e pelo menos dois acabaram deportados.
O projeto do Alligator Alcatraz foi considerado, pelas autoridades locais, uma solução ideal para dificultar a fuga de imigrantes que estavam sendo detidos. No entanto, agora, com essa decisão judicial, o futuro do centro se torna incerto, refletindo a tensão contínua entre as políticas de controle de imigração e a preservação ambiental.