Em seu discurso, Trump descreveu Portland como uma cidade “arrasada pela guerra” e alegou que a presença militar era necessária para proteger a região e as instalações do ICE, que, segundo ele, estavam sendo atacadas por membros do movimento Antifa e outros grupos considerados “terroristas domésticos”. Contudo, a juíza Immergut argumentou que os protestos não representavam uma ameaça significativa à segurança nacional, fundamento principal para a concessão da liminar.
A decisão da juíza é válida até 18 de outubro, mas pode ser prorrogada. Immergut destacou a importância da resistência contra excessos do governo, especialmente quando se trata da intervenção militar em questões civis. Em resposta à liminar, a governadora do Oregon, Tina Kotek, elogiou a decisão, reforçando que não havia insurreição em Portland, apenas cidadãos clamando por justiça. Kotek pontuou: “A única ameaça que enfrentamos é à nossa democracia, e ela está sendo liderada pelo presidente Donald Trump.”
A situação em Portland gerou uma série de manifestações, que, conforme autoridades locais, foram majoritariamente pacíficas, apesar de registros pontuais de prisões. O prefeito da cidade, Keith Wilson, também se posicionou, afirmando que a narrativa de violência em Portland era fabricada e que a cidade é, na verdade, pacífica.
Por outro lado, a Casa Branca indicou que pretende recorrer da decisão, alegando que o presidente estava exercendo sua autoridade legal para proteger propriedades e funcionários federais diante de episódios de violência. No contexto nacional, essa não é a primeira vez que Trump ordena o envio da Guarda Nacional; o presidente já havia autorizado ações semelhantes em outras cidades, como Memphis e Los Angeles, em resposta a protestos contra as operações do ICE.
Os eventos recentes em Portland refletem uma crescente tensão entre manifestações civis e a resposta do governo federal, levantando debates cruciais sobre a militarização da polícia e os limites do poder executivo em situações de agitação civil. A discussão prossegue à medida que o país enfrenta uma divisão política profunda e intensos debates sobre direitos civis e segurança pública.