Juiz federal investigado ameaça expor sobrinha publicamente em áudio pelo WhatsApp após denúncia de compra milionária de fazendas.

O juiz federal Alderico Rocha Santos está no centro de um processo disciplinar que tramita no Conselho Nacional de Justiça (CNJ) por conta de alegações de enriquecimento ilícito. O magistrado é investigado por adquirir duas fazendas em Goiás no valor de R$ 33,5 milhões, o que despertou suspeitas em relação à compatibilidade de seu patrimônio com sua renda declarada. O Ministério Público Federal (MPF) quer que o juiz seja punido com a aposentadoria compulsória, a medida mais extrema no âmbito da magistratura.

Recentemente, veio à tona um áudio em que o juiz Alderico Rocha Santos ameaça publicamente sua sobrinha após ela apresentar documentos que contribuíram para as denúncias contra ele. No áudio, o magistrado declara que está decepcionado com a sobrinha e ameaça divulgar supostos segredos pessoais dela, revelando uma situação constrangedora.

Alderico Rocha Santos alega que as informações usadas contra ele foram coletadas pelo empresário Carlinhos Cachoeira, que havia sido preso por ordem do magistrado em 2012. Em contrapartida, Carlinhos Cachoeira afirmou que o juiz se tornou bilionário através de práticas ilegais e abusivas, utilizando seu cargo para obter vantagens indevidas.

O MPF, com base nas provas apresentadas pela proprietária de uma das fazendas adquiridas por Rocha Santos, solicitou a aposentadoria compulsória do juiz, alegando que ele cometeu atos vedados à Magistratura e agiu de forma contrária aos princípios da ética e do decoro. O magistrado, por sua vez, se defende das acusações de enriquecimento ilícito, justificando seu patrimônio anterior à função na Justiça Federal.

Em decorrência das acusações e do processo disciplinar em andamento, o juiz Alderico Rocha Santos foi afastado de suas funções como titular da 5ª Vara Federal da Seção Judiciária de Goiás e designado como auxiliar na 16ª Vara Federal. A troca de acusações entre o magistrado e Carlinhos Cachoeira promete continuar repercutindo, enquanto a investigação sobre as supostas práticas ilegais de Alderico Rocha Santos segue em andamento no CNJ.

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