O primeiro episódio foi registrado no dia 20 de setembro, quando o juiz supostamente escondeu uma garrafa de champanhe em sua sacola de compras antes de deixar o estabelecimento. O comportamento teria se repetido em 4 e 18 de outubro, quando imagens mostram Appio observando as garrafas e, em seguida, saindo do local com uma delas em mãos. No último dos casos, o juiz foi abordado por seguranças na saída e levado para uma sala onde teve discussões com os funcionários do supermercado.
A gravidade das acusações levou o TRF-4 a instaurar um Processo Administrativo Disciplinar (PAD) e manter o afastamento do juiz, que acontece desde outubro deste ano. A Corte Especial Administrativa do TRF-4, em sua decisão, argumentou que a conduta de Appio poderia abalar a integridade do Poder Judiciário, além de colocar suas decisões em suspeição e inviabilizar sua autoridade perante o público.
Em resposta às acusações, Eduardo Appio se defendeu, alegando que tudo não passa de um mal-entendido e que ele tomará as medidas judiciais cabíveis. Ele afirmou que sempre pagou por suas compras e que possui comprovantes que corroboram sua versão dos fatos. O juiz ainda classificou as acusações como “fake news” e disse ser alvo de perseguições, prometendo buscar reparações contra aqueles que o acusam de forma difamatória.
O caso levanta questões importantes sobre a responsabilidade e a conduta de figuras públicas no âmbito da Justiça, especialmente em um momento em que a credibilidade do sistema judiciário é constantemente discutida. A situação de Appio terá implicações não apenas para sua carreira, mas também para a imagem do Judiciário em um contexto que ainda se recupera dos desdobramentos da operação Lava Jato.
