A decisão do juiz federal Federico Villena autorizando o “confisco definitivo a favor da Justiça dos Estados Unidos”, foi confirmada por fontes do Ministério da Justiça à AFP. De acordo com as fontes, “todos resolveram em diferentes instâncias que o avião deveria ir para os Estados Unidos”.
A aeronave foi retida no país em junho de 2022, após chegar do México com um carregamento de peças automotivas. Os 19 tripulantes foram detidos, incluindo quatro iranianos, um dos quais, segundo os EUA, era ex-comandante da Guarda Revolucionária, organização considerada terrorista pelo país.
A decisão do juiz Villena levou o governo venezuelano a denunciar a medida como uma tentativa de “consumar o roubo da aeronave venezuelana”. Em uma declaração oficial, o Ministério das Relações Exteriores da Venezuela afirmou que “a conduta de pilhagem, pirataria e vassalagem da Justiça e do governo argentino infringe a sua própria legislação e transforma esta nação num grave ofensor da legalidade internacional”.
O contexto que envolve a aeronave é complexo, já que o avião foi vendido em outubro de 2021 à Empresa de Transporte Aerocargo del Sur (Emtrasur) pela iraniana Mahan Air, que está sob sanções desde 2008. A Emtrasur é ligada à estatal venezuelana Conviasa, que também aparece na lista de sanções do governo americano.
A aeronave chegou do México com uma carga de peças de veículos automotores, fazendo uma escala em Córdoba, na Argentina. Duas dias depois, o avião decolou rumo a Montevidéu, no Uruguai, mas teve negada a entrada no espaço aéreo uruguaio, e acabou retornando a Buenos Aires, onde permanece até hoje.
Diante de toda essa situação, a apreensão do avião cargueiro venezuelano se tornou mais um ponto de tensão nas relações diplomáticas entre os países envolvidos, e a controvérsia em torno da situação promete continuar a gerar repercussões nas esferas política e jurídica internacionais.