Desde os 14 anos, Igor reside no Distrito Federal, acolhido por uma prima após sua família enfrentar dificuldades. Apesar de sua vida estar estabilizada na capital, o passado familiar o atingiu de forma inesperada. Enquanto seu irmão, um conhecido criminoso de 20 anos, se envolvia em atividades ilícitas, Igor acabou colhendo as consequências de sua identidade falsificada. A situação se agravou quando Carlos foi flagrado durante um roubo em Imperatriz e, utilizando o nome do irmão, dificultou o processo legal.
Na quinta-feira, 9 de outubro, a Polícia Federal, com um mandado de prisão a seu nome, dirigiu-se ao local de trabalho de Igor, onde ele foi algemado em frente aos colegas. A situação se tornou ainda mais crítica, dada a exposição diante de seus pares e a ausência de esclarecimentos imediatos sobre o erro que o levou àquela condição.
A advogada de Igor, Tatiane Evanis, atuou rapidamente ao descobrir a falha, entrando em contato com a 2ª Vara Criminal de Imperatriz. Contudo, os esforços foram frustrantes; os servidores da vara não puderam adotar medidas imediatas. Tatiane tentou, sem sucesso, despachar diretamente com o juiz, evidenciando a urgência da situação.
Por fim, na audiência de custódia, o juiz reconheceu o erro e revogou a prisão de Igor. Apesar desse reconhecimento, o jovem não pôde deixar as dependências policiais imediatamente devido a trâmites burocráticos, permanecendo detido por mais de 24 horas, em condições precárias e enfrentando o medo e a fome.
Após essa experiência angustiante, o caso de Igor Silva levanta questões sobre falhas no sistema judiciário e as graves consequências de identidades trocadas em situações de urgência, sinalizando a necessidade de uma reavaliação nos procedimentos internos para evitar que erros como esse se repitam no futuro. A busca por justiça não termina com a revogação da prisão, e Igor agora enfrenta as cicatrizes emocionais deixadas por um episódio tão desastroso e desnecessário.