Jornalista é presa na Venezuela em meio à crise pós-eleitoral: pressão internacional contra reeleição de Maduro não cessa

Na Venezuela, a crise pós-eleitoral desencadeou uma série de acontecimentos preocupantes, incluindo a prisão de uma jornalista no último domingo. O país, que vive sob a polêmica vitória do presidente Nicolás Maduro nas eleições de julho, não teve seu resultado reconhecido pela maioria da comunidade internacional, o que gerou pressão de países como Brasil e Colômbia para a divulgação das atas de votação das seções, o que não ocorreu.

A jornalista Carmela Longo foi detida por efetivos da Polícia Nacional, conforme denunciado pelo Sindicato Nacional de Trabalhadores da Imprensa (SNTP). Segundo o sindicato, a profissional teve seus computadores apreendidos durante a operação, que ocorreu logo após a invasão de sua residência. Longo, que trabalhou por quase duas décadas em um jornal de linha chavista, foi demitida dias antes de sua prisão, juntamente com outros profissionais da imprensa que se manifestaram contra o governo nas redes sociais.

A jornalista foi a sétima profissional da imprensa presa desde a polêmica eleição de Maduro, que resultou em protestos, deixando um saldo de 27 mortos, 200 feridos e mais de 2,4 mil detidos. Além disso, o presidente venezuelano bloqueou temporariamente uma importante plataforma digital em seu país, alegando que estava sendo usada para disseminar “campanhas de ódio”. O clima de repressão contra o jornalismo preocupa organizações internacionais de direitos humanos, como a Comissão Interamericana de Direitos Humanos (CIDH).

Diante da contestação dos resultados eleitorais, lideranças oposicionistas alegam que o ex-diplomata Edmundo González venceu a disputa com mais de 60% dos votos, enquanto o CNE oficializou a reeleição de Maduro com 52%. A validação dos resultados pelo Tribunal Superior de Justiça, controlado pelos chavistas, sem possibilidade de recurso, gerou ainda mais controvérsias e suspeitas de fraudes.

Os presidentes do Brasil e da Colômbia destacaram a importância da divulgação das atas eleitorais para o reconhecimento dos resultados, enfatizando a necessidade de diálogo e convivência democrática na Venezuela. No entanto, a situação permanece delicada, com a liberdade de imprensa e os direitos humanos sendo constantemente violados no país.

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