Jornalista acusada de furto denuncia racismo em farmácia e é diagnosticada com estresse pós-traumático após o ocorrido.

Uma jornalista negra de 47 anos, que não quis ter sua identidade revelada, denunciou a rede de farmácias Drogasil por racismo após ser acusada de furto em uma unidade em Santos, litoral de São Paulo. A acusação aconteceu na última segunda-feira (21/10) e, no dia seguinte, a jornalista foi diagnosticada com estresse pós-traumático.

Segundo relatos da mulher ao Metrópoles, ela estava na farmácia em busca de um desodorante específico para uma ação de marketing em que estava trabalhando. Ao sair do estabelecimento e já na rua, foi abordada de forma agressiva por um segurança e pelo supervisor da loja, os quais a acusaram de furto.

Mesmo estando vestida com roupas de academia e carregando apenas uma pequena pochete com itens básicos, os funcionários insistiram que ela estava com o produto furtado. A jornalista solicitou que fossem verificadas as imagens das câmeras de segurança, mas teve o pedido negado.

Após o supervisor perceber o erro, pediu para que ela fosse embora, entretanto, a jornalista, aconselhada por sua irmã advogada, chamou a polícia. Quando a polícia chegou, repreendeu o segurança por abordar a mulher na rua, tarefa que deveria ser realizada pelos agentes policiais.

Os funcionários pediram desculpas, mas mesmo assim a jornalista registrou um boletim de ocorrência e pretende levar o caso à Justiça. Ela acredita que o incidente se trata de racismo, já que questionou diretamente o supervisor se sua cor de pele foi o motivo da abordagem.

O Procon-SP notificou a Drogasil para explicar o ocorrido, e por meio do Procon Racial, canal para denúncias de atitudes racistas durante relações de consumo, busca informações sobre as providências tomadas pela empresa. A Raia Drogasil tem até o dia 29/10 para fornecer as informações solicitadas.

A jornalista alega que os funcionários passam por treinamentos antirracistas, mas que na prática isso não está surtindo efeito. Ela afirma que o que a diferenciava das outras pessoas na loja naquele momento era a sua cor de pele.

Além disso, a jornalista revelou estar sofrendo de estresse pós-traumático desde o ocorrido, com sintomas como síndrome do pânico. Por recomendação médica, ela iniciará um tratamento psiquiátrico.

A Drogasil se pronunciou e afirmou que está apurando o episódio, lamentou a situação e informou que os envolvidos foram desligados da empresa. A rede reforçou que a conduta dos funcionários é completamente contrária aos procedimentos e treinamentos oferecidos pela empresa, e está colaborando com as investigações.

Diante desse caso de racismo e acusação infundada, a jornalista busca justiça e espera que medidas efetivas sejam tomadas para evitar situações semelhantes no futuro.

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