Um “boa noite” com um sotaque diferente receberá o telespectador do “Jornal Nacional” a partir do dia 31 de agosto. Para comemorar os cinquenta anos do noticiário, apresentadores de todos os estados brasileiros farão um revezamento, aos sábados, na bancada considerada o suprassumo da carreira jornalística.
— Só a possibilidade de ser indicado significou uma enorme conquista. Depois de ser escolhido, entendo que tenho muito trabalho pela frente — afirma Márcio Bonfim, âncora do “NE1” de Pernambuco, que surpreendeu ao ser sorteado para participar da ação: — Fiquei feliz demais ao ler meu nome com o dos outros.
Ao lado de Cristina Ranzolin, ele será o primeiro jornalista a ocupar a posição de William Bonner enquanto ela assume a função de Renata Vasconcellos, diz o Extra.
— Não encaro como um teste e, sim, uma oportunidade de valorizar ainda mais os profissionais de cada canto do Brasil — diz a comandante do gaúcho ‘‘Jornal do almoço’’. E ela completa: — Vai ser bacana para o público acompanhar estilos e sotaques variadas em um jornal de tanta tradição.
Ser tradicional, entretanto, não é sinônimo de ultrapassado. Além da diversidade regional, o “Jornal nacional” reafirma a representatividade negra no horário nobre:
— É uma alegria viver este momento de mais negros em cargos de protagonismo. Estamos conquistando espaços e representando uma parte importante da população brasileira — comemora Aline Aguiar, à frente do “MGTV”.
Ao contrário da maioria dos colegas de profissão, que se consideram “preparados” para o desafio, a mineira admite ‘‘ter sentido um frio na barriga’’ ao ser anunciada:
— Deve ser natural se considerarmos que se trata do “JN” (risos).
Quem também sentiu os efeitos da responsabilidade foi Ayres Rocha, âncora do acriano “JAC 2”:
— Com certeza mexe com a ansiedade e a rotina de sono (risos). Embora seja apenas por um dia, só por conhecer esses profissionais e o local onde tudo acontece, já me considero um ganhador da mega sena ou um vencedor do Oscar.
Mas até o dia 7 de setembro, quando assume o posto ao lado de Jéssica Senra, da Bahia, Ayres precisará aprender a lidar com a fama repentina na Região Norte:
— Minha vida virou de ponta cabeça (risos). Os desejos de boa sorte e pedidos para fotos aumentaram bastante.
Mariana Gross, representante do Rio, também percebeu o aumento do reconhecimento nas ruas:
— Na última semana a atendente de uma loja no Leblon me parou e falou: ‘‘Mariana Gross, heim, vai estar no Jornal nacional…’’ e eu respondi o clássico (e nervoso) “Não é, menina?!”.
Após o resultado do sorteio, a jornalista correu para o celular e compartilhou a boa nova com o marido, Guilherme Schiller:
— Nós comemoramos aos gritos — conta entre gargalhadas, acrescentando ainda como foi a reação de seus pais:
— Meu pai reclamou que demorou demais (risos). Por outro lado, minha mãe pediu para eu ter muita atenção.
Embora vá ocupar seu lugar ao sol somente no dia 2 de novembro, Mariana se prepara desde já:
— Sou cobrada desde que entrei na TV, há 16 anos. É um clichê do Jornalismo. E só de lembrar as pessoas que já sentaram ali… Na verdade, é melhor nem imaginar! (risos).
12/08/2019