Jogador Daniel Alves reforça tese de alta ingestão de álcool em julgamento por acusação de estupro.

No terceiro dia de julgamento do jogador de futebol Daniel Alves, acusado de estupro por uma jovem de 23 anos em dezembro de 2022, o atleta prestou depoimento no Tribunal de Barcelona. Em seu testemunho, Alves reforçou a tese de que a alta ingestão de álcool naquela noite foi um fator importante.

“Saí com meus amigos para comer juntos. Era umas 14h30. A princípio íamos só comer. Fazia muito tempo que não nos víamos então ficamos mais tempo. Pedimos 5 (garrafas) de vinho, um uísque, um saquê. (Tomei) mais ou menos uma e meia, duas garrafas de vinho, um copo de uísque. Depois de sair do restaurante, fomos direto ao bar. Ficamos aí um tempo, tomando uma rodada de gin tônica. Quando saímos de lá, fomos ao Sutton. Eu e Bruno seguimos, os outros foram para casa. Entre 2 a 3 da manhã. Eu entrei na discoteca e os funcionários me levaram para a reserva da mesa 6. Depois pedi para trocar para a 7 porque a 6 estava longe da pista de dança”, relatou o jogador.

Alves também falou sobre a aproximação com as jovens na boate. “Quando chegamos na sala reservada, estávamos eu e Bruno dançando e seguimos por um tempo. Estavam duas meninas lá e ficaram por um tempo. Bruno que chamou as meninas. Um garçom trouxe o champanhe que havíamos pedido. Dançávamos bem próximos, de forma respeitosa. Sim, acho que elas sabiam que era eu porque mais de uma vez me pediram para tirar foto”, contou.

O jogador negou enfaticamente que tenha praticado sexo sem consenso com a denunciante. “Ficamos dançando pegados. Por um tempo a dançar mais próximo, começou a roçar suas partes nas minhas. Coloquei a mão e quando começou a pressão sexual, falei para ir ao banheiro, e ela disse que tudo bem. Não falou nada. Quando fui ao banheiro, disse a ela que iria primeiro e ela me deixou esperando um pouco. Achei que ela não viria, pensei que ela não queria vir. Baixei as calças, sentei no vaso sanitário, ela se ajoelhou e começou a me fazer sexo oral. Ela estava na minha frente e começamos a relação. Lembro que ela sentou em mim. Não sou um homem violento. Não a forcei a praticar sexo oral forçadamente. Ela não me disse nada. Estávamos desfrutando os dois e nada mais”, afirmou.

Antes do depoimento de Daniel Alves, foram transmitidos vídeos de câmeras presentes na boate Sutton, como as da sala VIP, onde ele se encontrou com a jovem. Os primeiros depoimentos foram de médicos forenses que examinaram a denunciante em momentos diferentes, do ponto de vista físico e psicológico, e o acusado. As médicas forenses que examinaram o jogador deixaram claro que, apesar de estar alcoolizado na noite do dia 30 de dezembro, Daniel Alves não estava totalmente incapaz. “Podia distinguir entre o bem e o mal. Ele sabia o que estava acontecendo, suas capacidades cognitivas estavam ligeiramente afetadas”, afirmaram.

Os especialistas também concordaram quanto ao quadro pós-traumático da jovem. Segundo eles, o relato não demonstrava exagero ou simulação. No entanto, o médico forense da defesa explicou que, na sua opinião, o ato sexual não foi tão traumático como relatou a suposta vítima e que não há constância das lesões que ela informou. O julgamento de Daniel Alves continua, e a decisão final deverá sair nos próximos dias.

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