Além de lidar com a pressão de um torneio tão significativo, o jovem brasileiro também deve enfrentar a torcida adversária no All England Club, em contraste com as aplausos recebidos durante sua campanha em Roland Garros, onde conquistou a admiração do público francês ao alcançar a terceira rodada. Em suas declarações, Fonseca demonstra uma mentalidade aberta ao seu desempenho, reconhecendo que o resultado é incerto: “Posso perder na primeira rodada. Posso ganhar o torneio”, afirmou, ressaltando a necessidade de concentração em cada partida.
No histórico de confrontos, Fonseca apresenta um bom desempenho contra Fearnley, com duas vitórias em dois encontros anteriores. Se conseguir superar o primeiro desafio, ele se tornará o brasileiro mais jovem a vencer uma partida em Wimbledon durante a Era Aberta, estabelecida em 1968. Já com 18 anos e quase 11 meses, ele ficaria atrás apenas de figuras icônicas como Maria Esther Bueno e Ronald Barnes.
Embora Fonseca esteja em busca de experiência na grama, sua equipe elaborou uma estratégia cuidadosa para prepará-lo melhor para esta superfície. Após fazer sua estreia profissional e não avançar nas qualificatórias do torneio no ano passado, o foco foi oferecido a competições de nível Challenger, onde pode praticar suas habilidades em um ambiente menos exigente antes de encarar a elite.
A história do tênis brasileiro em Wimbledon é marcada por desafios, especialmente devido à escassez de quadras de grama no país, o que complicou o desenvolvimento de jogadoras e jogadores nesse formato. Até mesmo ícones como Gustavo Kuerten enfrentaram dificuldades na grama londrina, destacando a relevância do desempenho de Fonseca.
Em um panorama mais amplo, a brasileira Beatriz Haddad Maia também se prepara para seu desafio. Classificada como a número 1 do Brasil e 20ª do mundo, Bia irá estrear contra a eslovaca Rebecca Sramkova e busca avançar após uma série de altos e baixos na temporada. As duas tenistas têm um histórico de confrontos que favorece Haddad, mas a recente vitória de Sramkova deve ser um alerta.
À medida que Fonseca e Haddad se preparam para fazer história, o espírito do tênis brasileiro renova-se na grama londrina, onde a expectativa e a pressão tornam-se indissociáveis do sonho de triunfo e conquista.