O cenário promissor fez com que os argentinos mantivessem a crença de que o plano de Milei tem boas chances de ser bem-sucedido, apesar da crise econômica que o país enfrenta. Essa estabilidade demonstra a confiança da população na capacidade do novo presidente para controlar a inflação, que alcançou a marca de 160%.
Ainda que as medidas implementadas prometam alívio a longo prazo, muitos analistas e investidores alertaram para um possível exagero no otimismo em relação à recuperação econômica. Alejo Costa, estrategista-chefe do BTG Pactual em Buenos Aires, afirmou que é cedo para comemorar as taxas de câmbio mais apertadas, sugerindo uma possível reversão desse cenário no futuro.
A estratégia de Milei, que inclui a redução de subsídios aos transportes e à energia, enfrenta desafios significativos. A desvalorização do peso para 800 por dólar, de cerca de 365, e o corte de gastos do governo em 3% do PIB são medidas drásticas que prometem um período de incerteza e possíveis impactos negativos.
Entretanto, para muitos argentinos, esse é atualmente o melhor plano para normalizar a economia do país. O governo realizou reuniões com executivos de bancos locais em uma tentativa de proporcionar garantias, incluindo o acúmulo de reservas em dólares e a eliminação das restrições cambiais no futuro.
As declarações do presidente do banco central, Santiago Bausili, sobre respeito aos contratos e compromissos anteriores com os bancos também contribuíram para manter o peso estável em mercados alternativos, como o mercado de swap blue-chip.
A perspectiva é otimista, com a expectativa de que mais dólares fluam para o país em 2024, provenientes das exportações agrícolas e do investimento estrangeiro. No entanto, é cedo para concluir que o governo de Milei será capaz de levar a Argentina a uma recuperação sustentável.