Uma das metas prioritárias é alcançar o déficit fiscal zero até 2024. O pacote, que deve ser lançado na próxima segunda-feira, ainda está passando por revisões e ajustes finais. Dentre as principais medidas, estão previstas a proibição ao Banco Central de emitir moeda para financiar o Tesouro, a retirada gradual dos subsídios às tarifas, a suspensão de contribuições não reembolsáveis aos estados e a transferência da dívida das Leliqs para o Tesouro Nacional.
Além disso, outras medidas visam congelar os gastos do Orçamento de 2023, liberar os preços de combustíveis e planos de saúde, ajustar os salários públicos à nova pauta orçamentária congelada e transformar empresas públicas em sociedades anônimas para facilitar sua venda. Estima-se que o pacote implicará um corte de 5,5% do Produto Interno Bruto (PIB), totalizando um ajuste de US$ 25 bilhões.
A desvalorização do peso e a fixação do dólar comercial em torno de 600 pesos também estão entre as medidas propostas. A mudança no câmbio oficial tem como objetivo reduzir o número de cotações distintas do dólar, buscando estabilizar a economia e evitar especulações no mercado informal.
Paralelamente ao ajuste fiscal, o governo argentino enfrentará o desafio de renegociar o acordo com o Fundo Monetário Internacional (FMI). No entanto, até o momento, não houve avanços nas conversas, e no dia 29 de dezembro vence uma parcela do empréstimo de US$ 1,7 bilhão.
O novo presidente eleito, Javier Milei, tem o desafio de lidar com a crise econômica que assola a Argentina, incluindo problemas como a inflação acima de 130% em 12 meses, escassez de dólares e contas públicas desequilibradas. A implementação do pacote fiscal e as negociações com o FMI serão cruciais para definir os rumos da economia argentina nos próximos anos. Portanto, a expectativa em torno das medidas anunciadas é grande, e os desafios que Milei enfrentará em sua gestão serão intensos e decisivos para o futuro do país. Essas mudanças indicam um grande desafio para o novo governo e a economia do país.