Miller não se limitou a criticar a decisão, mas também endereçou um alerta aos simpatizantes de Jair Bolsonaro que, segundo ele, se mostram tímidos em se opor a Moraes. O conselheiro alertou que, caso não se posicionem contra as arbitrariedades do ministro, esses apoiadores provavelmente também se tornarão alvos de sua atenção. O discurso visando intimidar reflete uma estratégia comum entre os aliados de Bolsonaro, que frequentemente acusam Moraes de atuar de forma autoritária.
A declaração de Miller ecoa a narrativa defendida por Eduardo Bolsonaro, que se descreve como alvo de uma “caça às bruxas” fomentada por Moraes, especialmente focada nas eleições de 2026. O deputado, atualmente residindo nos Estados Unidos, também usou suas redes sociais para se manifestar sobre a situação. Ele criticou a legitimidade do processo ao argumentar que Moraes, mesmo sendo supostamente uma vítima, não poderia julgar seu próprio caso. Eduardo ainda denunciou uma colisão entre o procurador-geral da República, Paulo Gonet, e o ministro, sugerindo que as ações estão orquestradas para deslegitimar sua candidatura futura.
Eduardo Bolsonaro enfrenta a seríssima acusação de coação no curso de um processo que já envolve seu pai, Jair Bolsonaro, condenado a 27 anos de prisão por tentativa de golpe de Estado. A denúncia contra o deputado foi acolhida por unanimidade pela Primeira Turma do STF, intensificando a polarização entre os apoiadores do ex-presidente e as instituições que, segundo eles, pertencem à “elite do estabelecimento” e agem contra seus interesses.
Esse ambiente de disputa político-judicial levanta preocupações sobre a saúde democrática do Brasil, enquanto os aliados de Bolsonaro tentam rearticular suas bases numa resistência contra as decisões do STF, almejando mobilizar o apoio popular em um contexto já de por si polarizado. Com eleições importantes se aproximando, a pressão sobre o Sistema Judiciário parece aumentar, fazendo crescer as tensões entre os poderes e os distintos grupos políticos.
