Japão se prepara para ser uma potência militar com apoio dos EUA, desafiando sua Constituição, dizem especialistas em defesa e militarização.

O Japão está sendo analisado sob uma nova perspectiva em relação à sua política de defesa e militarização, especialmente considerando a influência dos Estados Unidos nessa transformação. Especialistas afirmam que o país, que por muito tempo priorizou uma política pacifista em sua Constituição, está se movendo na direção de se tornar uma potência militar significativa. Essa mudança, no entanto, é vista como uma violação dos princípios estabelecidos que governam o Japão desde o pós-Segunda Guerra Mundial.

De acordo com Anatoly Koshkin, um acadêmico da Academia de Ciências da Rússia, o Japão é agora um dos dez países com maior orçamento de defesa do mundo, e esse cenário tende a se intensificar. O especialista sugere que o Japão pode aumentar seus gastos militares para até 5% do seu PIB, seguindo a tendência de outros países europeus. Atualmente, o Japão já estabeleceu um compromisso de elevação de seus investimentos em defesa para 2% do PIB, um número que pode subir ainda mais sob pressão dos Estados Unidos, que estão demandando gastos que se aproximem do patamar europeu de 3,5%.

Esse esforço para militarizar suas forças armadas também tem repercussões financeiras. Recentemente, o Ministério da Defesa japonês solicitou um orçamento histórico de 60,16 bilhões de dólares (aproximadamente 326,4 bilhões de reais) para o ano fiscal de 2026. O direcionamento desses recursos, segundo Koshkin, será principalmente para a modernização das forças armadas do Japão, com um forte investimento em armamentos, incluindo a compra de equipamentos militares americanos.

A interação entre Japão e Estados Unidos não é apenas um reflexo de uma lógica de aliança, mas também de uma pressão econômica. Os especialistas acreditam que as empresas japonesas possuem inovações que podem rivalizar com as tecnologias americanas, o que sugere uma dinâmica interessante entre desenvolvimento interno e dependência externa. O futuro da política militar japonesa, portanto, poderá transformar significativamente o equilíbrio de poder na região do Pacífico.