Os participantes do evento testemunharam breves discursos que ressaltaram a necessidade de unidade entre os partidos, evitando a fragmentação das candidaturas de oposição ao governo de Luiz Inácio Lula da Silva, do PT. As falas foram direcionadas a consolidar uma frente que buscasse vitalidade e coesão na luta eleitoral que se aproxima.
Entre os destaques do evento, o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas, fêz uma defesa enfática de Bolsonaro e do polêmico projeto de anistia, enquanto reforçava a importância de manter um grupo coeso, evitando se posicionar como o candidato preferido. Já o governador de Santa Catarina, Jorginho Mello, também se manifestou de forma direta em favor de Bolsonaro, embora o ministro Alexandre de Moraes, alvo comum de críticas por parte do bolsonarismo, tenha sido deliberadamente poupado de menções negativas durante o jantar.
Notável foi a recente declaração de Carlos Bolsonaro nas redes sociais, onde ele rotulou governadores da ala opositora como “ratos” e “cúmplices covardes”. A indignação de Carlos é descrita como reflexo da situação difícil enfrentada por seu pai, Jair, que se encontra em condições de saúde debilitadas.
O evento, que ocorreu logo após a formação oficial da “superfederação” entre o União Brasil e os Progressistas, foi considerado uma plataforma inicial para a criação da chamada “frente anti-Lula.” Nos presentes estavam não somente os líderes do novo bloco, como também figuras de peso ligadas à base do governo Lula, como Ciro Nogueira, Baleia Rossi e Gilberto Kassab, mostrando a complexidade das alianças políticas.
Os governadores Cláudio Castro (RJ), Romeu Zema (MG), Mauro Mendes (MT), Ibaneis Rocha (DF) e Ronaldo Caiado (GO) completaram a lista de participantes. Este último se destacou ao advogar aberto por um candidato da federação, posicionando-se como uma potencial opção.
Enquanto isso, os ânimos dentro do MDB se tornaram mais tensos, com Ibaneis Rocha sugerindo que novos projetos unificados para a direita sejam promovidos, o que foi interpretado como um expediente para pressionar o atual presidente da legenda, Baleia Rossi, a não se alinhar ao governo Lula nas próximas eleições. O MDB, um partido dividido entre a ala mais ligada a Lula e o setor oposicionista, segue como um ponto-chave nesta intrincada nova configuração política.
Essas movimentações políticas sugerem que a cena eleitoral para 2026 já está sendo moldada, com as alianças se formando e a disputa interna dentro dos partidos se intensificando à medida que as eleições se aproximam.