A supernova, identificada como GRB 250314A, foi acompanhada por uma explosão de raios gama, um indicativo característico do colapso de uma estrela massiva. Andrew Levan, astrônomo das universidades Radboud e Warwick, ressaltou a raridade deste fenômeno. Desde o início das observações do universo, apenas um número muito limitado de explosões de raios gama foi detectado em seu primeiro bilhão de anos. A primeira detecção dessa supernova ocorreu em 14 de março, quando o satélite franco-chinês SVOM flagrou a emissão de raios gama. Em seguida, o Observatório Swift confirmou o evento em raios X, permitindo que astrônomos localizassem com precisão a supernova.
A complexidade deste evento é ampliada pelo efeito da expansão do universo: atos que normalmente ocorreria em dias podem demorar meses para serem percebidos na Terra, devido à distância colossal envolvida. No caso da GRB 250314A, o brilho máximo foi observado três meses e meio após a explosão. A equipe liderada por Levan conseguiu usar o James Webb para focar na luz infravermelha da supernova, uma tarefa que apenas este telescópio poderia cumprir de forma clara e precisa.
Além de captar a supernova, o James Webb também conseguiu identificar a galáxia hospedeira desse fenômeno. Apesar de visualizada em poucos pixels, sua aparência sugeriu que essa galáxia é semelhante a outras formadas no mesmo período, ampliando nosso conhecimento sobre as condições cósmicas durante a era primordial. As análises do espectro da supernova mostraram semelhanças com explosões modernas, mas também indicaram que ela se originou em um ambiente com relativamente poucos elementos pesados.
Essa descoberta não apenas marca um feito inédito na astronomia, mas também abre novas portas para a investigação sobre o comportamento e a evolução das estrelas na infância do universo. O potencial das observações futuras é enorme, prometendo revelar informações ainda mais fascinantes sobre a história do cosmos.










