Jair Bolsonaro é acusado pela PF de liderar plano de golpe de Estado e tentativa de assassinato de Lula, revela relatório de mais de 800 páginas.

O clima político no Brasil se intensificou nas últimas semanas, diante da revelação de um extenso relatório da Polícia Federal (PF) que investiga uma suposta tentativa de golpe de Estado orquestrada por figuras ligadas ao ex-presidente Jair Bolsonaro. O documento, que ultrapassa 800 páginas, foi liberado ao público após ter seu sigilo afastado pelo ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes, e expõe detalhes alarmantes sobre um plano que visava a impedimento da posse do candidato eleito, Luiz Inácio Lula da Silva.

Segundo as investigações, Bolsonaro não atuou sozinho; de fato, 36 coautores foram indiciados por participação na trama, que incluía desde planos de assassinato até sequestros de autoridades, como o vice-presidente Geraldo Alckmin e o próprio ministro Moraes. A operação, batizada de “Punhal Verde Amarelo”, revelaria a profundidade da coordenação planejada por Bolsonaro, que teria mantido controle ativo sobre os eventos que se desenrolavam, conforme reportado por sua equipe e aliados próximos.

O relatório aponta que a tentativa de golpe só não se concretizou devido à “resistência” dos altos comandantes das Forças Armadas, que se mantiveram fiéis à Constituição e ao Estado Democrático de Direito, recusando o necessário apoio militar ao esquema. O documento sugere que provas substanciais, como registros de visita ao Palácio da Alvorada e comunicações entre o núcleo próximo de Bolsonaro, corroboram a teoria de sua liderança no plano.

Bolsonaro, em resposta, tem negado qualquer envolvimento em atividades ilícitas, insistindo que suas ações estiveram sempre dentro das “quatro linhas da Constituição”. Após a divulgação do relatório, ele permaneceu em silêncio e se opôs fortemente a Moraes, acusando-o de conduzir um processo injusto e de desrespeitar a lei.

A operação “Contragolpe”, que resultou em diversas detenções, incluindo ex-oficiais militares e um policial federal, trouxe à tona ligações diretas entre a cúpula do governo Bolsonaro e tentativas de subverter a ordem democrática. Com as evidências emergindo, o cenário político no Brasil promete um aprofundamento das crises, enquanto o STF indica que eventuais condenações devem ser severas, fornecendo um alerta claro sobre as consequências para aqueles que buscam ousar contra a democracia.

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