Izalci levantou questões sobre a real prestação de serviços que teriam sido cobrados, apontando inconsistências nos depoimentos coletados. Ele mencionou que, de acordo com relatos de outros testemunhos, muitos dos serviços não foram exigidos pelos aposentados, levantando dúvidas sobre a legitimidade dos recibos apresentados. “Os aposentados nem sabiam que havia desconto, muito menos que havia prestação de serviço”, afirmou, sublinhando a necessidade de uma análise detalhada das informações.
Em resposta a possíveis alegações de Antunes, que afirma ter mais de 18 milhões de documentos para comprovar a prestação de serviços, o senador se mostrou cético. Segundo ele, apenas a existência de recibos não é garantia de que os serviços foram de fato prestados. “Pode ter sido emitido o documento sem o consentimento do aposentado”, destacou, reforçando que é essencial verificar a veracidade dos comprovantes e sua correspondência com os relatos dos beneficiários.
Izalci também chamou a atenção para o crescimento súbito no número de associados de certas instituições, evidenciando que algumas delas, que não possuíam filiados em anos anteriores, agora reportam dezenas de milhares de membros, cobrando taxas significativas. Este fenômeno, segundo ele, levanta ainda mais suspeitas sobre a operação das associações envolvidas.
Adicionalmente, ele mencionou implicações de outros investigados no caso, como Mauricio Caliçotti, atualmente detido por envolvimento no esquema. Izalci estimou que o montante desviado pode atingir bilhões de reais. O senador criticou a abordagem de se sustentar as acusações unicamente com documentação, alertando que “produzir um documento não necessariamente comprova a veracidade das alegações”. A CPMI continua a investigar a complexa rede de fraudes e os desdobramentos desse escândalo financeiro, à medida que novos detalhes vêm à tona.