Nos últimos dias, a situação de segurança no leste do Congo se deteriorou, sendo Goma a cidade mais impactada, onde as hostilidades resultaram na morte de 13 integrantes de missões internacionais, incluindo soldados da Organização das Nações Unidas (ONU) e da Comunidade para o Desenvolvimento da África Austral. As baixas incluem nove sul-africanos, três malauianos e um uruguaio, segundo as autoridades locais.
O Itamaraty condenou os ataques, ressaltando que essas ações representam graves violações do Direito Internacional e do Direito Internacional Humanitário. Além disso, o governo brasileiro fez um apelo para que todos os envolvidos no conflito se comprometam com um acordo de cessar-fogo, enfatizando a importância de processos de mediação em curso, como os de Luanda e Nairóbi, para acalmar as tensões na região dos Grandes Lagos e alcançar uma paz duradoura.
O conflito atual é impulsionado, em parte, pela ofensiva do Movimento 23 de Março (M23), que recentemente reconquistou território no Kivu do Norte e se aproximou de Goma. O governo congolês e a ONU imputam à Ruanda o apoio ao M23, uma alegação que o governo ruandense nega de forma categorica. Diante da escalada do conflito, uma reunião do Conselho de Segurança da ONU foi convocada para discutir a situação, com a Rússia expressando preocupação com as crescentes tensões.
Diante desse contexto volátil, o Brasil, que contribui com tropas para a MONUSCO — a missão da ONU no Congo — reforçou recomendações a seus cidadãos sobre segurança, pedindo que evitem aglomerações e fiquem atentos às informações da embaixada brasileira em Kinshasa. O envolvimento de diversos grupos rebeldes no leste do país, que está em crise desde 1994 devido a interesses externos e disputas por recursos naturais, complica ainda mais a busca pela paz. A cúpula realizada em Angola em julho de 2022, que visava apaziguar as relações entre a RDC e Ruanda, resultou em promessas de cessação das hostilidades que, aparentemente, não foram cumpridas na prática, destacando a fragilidade do atual cenário de segurança e a necessidade urgente de uma solução pacífica.