Itália impede refúgio a Carla Zambelli e busca sua extradição por meio de cooperação internacional. Propostas legislativas também podem revogar cidadania de condenados.

O deputado italiano Angelo Bonelli, membro da Alleanza Verdi e Sinistra, tomou uma posição firme nesta quarta-feira (4) ao solicitar oficialmente que os ministérios das Relações Exteriores, Justiça e Interior da Itália não concedam refúgio à deputada brasileira Carla Zambelli, que é filiada ao Partido Liberal (PL-SP). Zambelli está atualmente foragida e foi condenada no Brasil, o que intensificou as preocupações sobre sua situação legal e possíveis fugas para o exterior.

Bonelli enfatizou a importância de a Itália colaborar com as autoridades brasileiras e com a Interpol para que se possa garantir a extradição da deputada, apontando que essa iniciativa está alinhada com o tratado bilateral estabelecido entre Brasil e Itália em 1989. O deputado argumentou que a transferência de Zambelli para o Brasil é essencial não apenas para fornecer justiça às vítimas de seus atos, mas também para reafirmar os compromissos democráticos da Itália.

Além dos apelos em relação ao caso específico de Zambelli, Bonelli propôs reformas na legislação italiana que visam a revogação da cidadania de indivíduos condenados por crimes sérios, incluindo tentativa de golpe de Estado, crimes contra a humanidade e incitação à subversão democrática. Essa mudança legislativa, segundo ele, seria um passo importante para reforçar a integridade das instituições democráticas, protegendo-as de figuras que buscam desestabilizá-las.

Embora a proposta tenha gerado um debate acalorado, a resposta do governo italiano, liderado pela primeira-ministra Georgia Meloni, ainda não foi divulgada publicamente. Isso deixa em suspenso a posição oficial do país sobre a questão da cidadania de Zambelli e sua eventual extradição. A situação tem atraído a atenção tanto no Brasil quanto na Itália, levantando questões sobre a responsabilidade das nações em lidar com figuras políticas acusadas de violar direitos e princípios democráticos. O desenrolar deste caso poderá estabelecer precedentes significativos nas relações bilaterais entre os dois países, especialmente em temas relacionados à justiça e à proteção da democracia.

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